Há alguns dias atrás, foi publicado aqui no Nintendo Blast, uma entrevista especial com a Sandy Abe, produtora da Disney Interactive Studios...
Há alguns dias atrás, foi publicado aqui no Nintendo Blast, uma entrevista especial com a Sandy Abe, produtora da Disney Interactive Studios. Tendo trabalhado recentemente no desenvolvimento do jogo Phineas and Ferb: Across the 2nd Dimension, tanto para Wii como para DS, muitas de nossas perguntas foram relacionadas a isso. Perguntamos sobre as diferenças entre as várias versões, sobre o público a quem o jogo provavelmente agradaria, sua relação com o desenho animado e muito mais. Agora que o jogo foi lançado, o Nintendo Blast recebeu uma cópia da versão para Wii de Phineas and Ferb: Across the 2nd Dimension e as respostas dadas por Sandy Abe ao nosso questionamento puderam ser comprovadas em primeira mão. Continue lendo para ver a análise completa do jogo e descobrir se as aventuras de Phineas e Ferb são tão divertidas no Wii quanto são na TV.
Phineas and Ferb: Across the 2nd Dimensioncomeça com um vídeo musical contendo cenas do longa-metragem de mesmo nome, no qual o jogo se baseia. Nesta introdução, a história é bem resumidamente contada: graças à última invenção do excêntrico Dr. Doofenshmirtz, o “Otherdimensionator”, Phineas, Ferb, Candace (a irmã mais velha dos dois), Perry (o ornitorrinco de estimação que é, na realidade, um agente secreto chamado Agent P) e o próprio doutor são transportados para uma dimensão paralela, na qual se deparam com versões um tanto quanto diferentes do seu mundo, deles próprios e de seus amigos. Os protagonistas devem, então, usar o Otherdimensionator para viajar entre diferentes dimensões, derrotar uma versão muito mais maléfica do Dr. Doofenshmirtz, em uma dimensão onde o inimigo sucedeu em dominar o mundo e, eventualmente, voltar para casa. Embora a ideia principal do enredo, bem como os personagens e a ambientação sejam iguais às do filme, as histórias em si acabaram ficando bem diferentes, com a do jogo sendo (como era de se esperar) bem menos aprofundada e mais focada na ação. Para quem ainda não assistiu o longa-metragem, isto pode ser bom, já que poucos detalhes sobre o filme serão revelados... mas quem já o assistiu e espera poder jogar uma aventura bem próxima do roteiro original provavelmente se sentirá um pouco decepcionado.
Ornitorrinco, robôs e Steamboat Willie
Phineas and Ferb: Across the 2nd Dimensioné, essencialmente, um jogo de plataforma tridimensional. São diversas fases nas quais o jogador escolhe, no início, um personagem para controlar e um segundo que pode ser controlado por outro jogador ou pela inteligência artificial. Ao todo, há seis personagens disponíveis, sendo que estes vão aparecendo conforme se progride no jogo: Phineas, Ferb, Agent P (meu personagem preferido... além de ser mais ágil, quem nunca teve vontade de controlar um ornitorrinco agente secreto?), Agent T (um personagem criado exclusivamente para este jogo: uma tartaruga que, assim como Perry, é um agente secreto da O.W.C.A) e as “versões paralelas” de Phineas e Ferb. É uma pena que não se possa jogar com mais personagens do desenho... até porque o Phineas e o Ferb alternativos são basicamente iguais aos originais, com a exceção da roupa que usam.
Os personagens usam as mais variadas engenhocas como armas, dentre as quais podemos citar um lançador de bolas de baseball e uma arma que atira refrigerante. Cada arma funciona de uma maneira bem específica e é divertido alterná-las constantemente para ver os diferentes efeitos. Outro incentivo para variar no uso das armas é que elas vão aumentando de nível conforme são usadas e, juntando-se um número suficiente de peças, podem-se aumentar seus atributos, como dano causado e tempo para recarregar. É também possível comprar partes especiais que, ao instaladas nas armas, aumentam o efeito cômico do seu uso como, por exemplo, mudando o som do disparo por um balido de ovelha.
Um grande ponto forte do jogo é que a jogabilidade é bem variada. O gênero plataforma predomina, mas em certos momentos o jogo se torna um shooter em terceira pessoa, no estilo de Sin & Punishment (mas sem chegar aos pés da dificuldade deste, é claro). Em outros momentos, o jogador se encontra descendo por escorregadores, montando torres de defesa para ajudar a derrotar os inimigos, controlando bolas de baseball teleguiadas por labirintos cheios de obstáculos ou duelando com robôs gigantescos. Como é de praxe no desenho, há também várias partes onde os heróis devem montar as mais absurdas invenções, mas isto é algo que poderia ter sido muito melhor explorado, já que se resume apenas a encontrar as peças necessárias, espalhadas pelas fases.
O fato de passar por diferentes dimensões também contribui para tornar o jogo bem variado, já que as fases mudam bastante. Em uma das dimensões, os céus estão repletos de balões, por sobre os quais os personagens devem pular. Em outra, o mundo está dominado por gnomos de jardim (eu sabia que essas criaturinhas eram perversas!) e em outra, tudo ganha um visual “retrô” preto e branco, com direito até mesmo a uma aparição especial do barco a vapor Willie (sim, aquele do episódio clássico do Mickey... lembrem-se que o jogo é da Disney!).
Entre uma fase e outra, é possível jogar dois mini-games, com o objetivo de obter conteúdo extra, usando moedas encontradas pelas fases (existem cinco escondidas em cada fase). Um deles é a famosa máquina da garra, no qual o jogador movimenta uma garra para “pescar” um dos prêmios abaixo. O outro é uma espécie de boliche, no qual o jogador deve jogar uma bola para acertar vários alvos à frente, cada um com uma pontuação. Este último utiliza os controles de movimento do Wii, mas isto se limita a impulsionar o controle para frente e soltar o botão. No começo estes mini-games até divertem um pouco... mas, sendo essas as únicas duas opções, eles rapidamente se tornam cansativos. Se você quiser colecionar tudo o que o jogo oferece (além das peças para as armas, há modelos tridimensionais de personagens e itens do jogo), prepare-se para ter muita paciência de jogar esses mini-gamesrepetidas vezes.
Jogo ou desenho?
Visualmente, o jogo realmente faz jus ao desenho, com gráficos em cel-shading que dão a impressão de se estar no controle de um dos episódios da série animada. Os personagens e cenários estão extremamente fiéis aos da TV, mas, embora o estilo simples não requeira muito do processamento gráfico do console, a redução na qualidade visual da versão para Wii em comparação à do PS3 fica bem evidente já que, infelizmente, não houve muito tratamento nesta adaptação. Isto fica bem claro principalmente nos menus, com textos e botões desnecessariamente serrilhados e em baixa resolução.
Quanto ao som, não há do que reclamar. Os personagens falam bastante, com vários diálogos no meio das fases e a dublagem é muito bem feita, parecendo também ter saído diretamente do desenho. As músicas se encaixam muito bem aos diferentes estilos de fases e o jogo até conta com algumas canções com letras (embora bem menos do que no filme... o que é compreensível, já que não se trata de nenhum Karaoke Revolution).
Um pedaço de bolo
Provavelmente o maior ponto fraco dePhineas and Ferb: Across the 2nd Dimension é o fato de ele ser extremamente fácil. Os inimigos e até os chefões podem ser facilmente derrotados, há pacotes de energia em abundância e as fases são curtas e poucas. Sem se preocupar com colecionar todo o conteúdo extra, o jogo pode ser terminado em cerca de cinco horas. Tudo bem que ele foi claramente direcionado a um público mais infantil, mas é bem possível que até a criança mais inexperiente no mundo dos games não tenha nenhuma dificuldade em chegar no final deste jogo. Agora, para quem está interessado em maximizar o poder de todas as armas, comprar todas as partes adicionais, juntar todas as estatuetas, encontrar todas as moedas e obter todos osachievements , há mais um bom número de horas a ser gasto com o jogo.
Fonte: Nintendo Blast